sábado, 13 de novembro de 2010

Mas é preciso arriscar...

 « (…) Já sete horas”, disse para consigo ao ouvir de novo o despertador, “já sete horas e um nevoeiro destes.” E durante uns instantes ficou quieto, respirando baixinho, como se esperasse do silêncio absoluto a reposição da situação real e natural. (…) preparou-se para balançar o corpo a todo o comprimento, fazendo-o cair assim de uma vez de cima da cama. Se se deixasse cair desta maneira, a cabeça, que ele levantaria ao máximo ao tombar, não devia sofrer nada. As costas pareciam ser duras, e não lhes aconteceria nada se caíssem em cima do tapete. O que mais o preocupava era a ideia do estrondo que isso iria provocar, e do susto, ou pelo menos da preocupação que tal baque iria causar atrás de todas as portas. Mas era preciso arriscar. (…)» (“A Metamorfose”, Franz Kafka)

Mas é preciso arriscar... e tu, o que estás disposto a arriscar?



Estou disposta a arriscar a minha segurança, estou disposta a libertar-me dela e descobrir o desconhecido, tudo o que é novo para mim, tudo o que não conheço, tudo. Vou arriscar isso, e vou à procura do meu "desconhecido".

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